Após os tons de cinza marcarem o céu florianopolitano prenunciando o duelo dos alvinegros, a quinta-feira amanheceu com céu de brigadeiro. Um dia bonito abre os trabalhos para a nova meta do Figueirense: ser campeão da Copa do Brasil.É isso aí, estamos na final! Nunca chegamos tão longe nesta competição. Não seria fantástico se emplacássemos com o título?
Não vou falar tecnicamente da partida. O Marcelo Varda, quem pediu para que eu escreveste aqui, sabe que sou um torcedor apaixonado mas não sou analista tático nem técnico.
Quero comentar, porém, as declarações do Sr. Carlos Augusto Montenegro, vice-presidente do Botafogo. Ao término do jogo, o nobre dirigente deu uma entrevista que ainda não engoli:
"O time deles é medíocre. Nossa previsão era de fazer quatro ou cinco gols no primeiro tempo, e o pior é que fizemos. A bola não bateu na trave, não correu na linha, nós fizemos. O Figueirense não passou do meio-de-campo".
Nobre dirigente. Assisti ao jogo. Nosso futebol, ONTEM, foi medíocre. Mas o nosso time não o é. Jogamos excepcionalmente mal, ontem, mas a sorte, aquele fator preponderante que constrói prodígios até nos melhores clubes do mundo, esteve do nosso lado quando num chute de Cleiton Xavier o goleiro Júlio Cesar, do seu clube, nobre cartola, este sim, fez uma defesa medíocre. E como a soberba é um pecado que os deuses do futebol não perdoam, vocês foram eliminados.
Eu vi os dois lances e interpretei-os como irregulares. Porém, me isento de julgamentos. Apenas quero estimular a sua memória, pois neste mesmo torneio, o Atlético Mineiro foi prejudicado. Resultado? O seu Botafogo classificou-se. Dizem que a resposta vem à cavalo. Agora, ela veio no lombo de uma potranca, que de equina não tem nada. Nem as penas.
Mais lúcido é o nosso treinador, Mário Sérgio: "Vai festejar o quê? Ainda não ganhamos nada. Eles são jovens e eu já tenho experiência e sei como isso funciona. Temos que ter humildade e respeitar o adversário".
Agora, que venha o Fluminense!
Daniel Becher
Blog do Becher
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