terça-feira, março 19, 2002

A coluna do Maceió dá um pouco da medida do Figueira nos últimos dois jogos.

18/3 - A Notícia

A Cabral o que é de Cabral

O técnico Cabralzinho tem admiradores e críticos mordazes na crônica alvinegra. Por causa daqueles que só lhe atiram pedras, outro dia tive de ouvir poucas e boas de um torcedor que acusava parte da imprensa de "intempestiva e predadora". - Que a imprensa serve e desserve, isto nem se discute. Mas gostaria de dizer a Cabralzinho que ele acaba de realizar a terceira maior proeza dos meus 34 anos em A Notícia. A primeira evidentemente foi aquela de Felipão em 91, ganhando a Copa do Brasil invicta em cima de equipes poderosíssimas como Remo, Goiás, Atlético Mineiro e Grêmio - com jogos no sistema ida-e-volta. A segunda foi o Brasileiro da série C do Avaí em 98 (título que Roberto Cavalo comemorou ao empatar com o São Caetano em pleno Anacleto Campanella) - e a terceira diz respeito aos belos resultados conquistados pelo Figueirense na semana passada. - Seriam mesmo proezas um time catarinense empatar com o Vitória na Bahia e três dias depois ganhar do Grêmio em Porto Alegre? - Não. Proeza foi o que Cabralzinho fez nos dois jogos. Em ambos, o Figueirense perdia por 3 a 1 aos 20 do segundo tempo - e Cabral foi extraordinariamente ousado e competente nas mudanças que processou. Não me ocorre de um time daqui, nos últimos 40 anos, ter feito sete gols fora de casa em cima do campeão baiano e em cima do campeão gaúcho. Este é o grande referencial. Temos todo um estigma centrado na impotência do nosso futebol. O de que, quando saímos, jogamos para empatar ou, na melhor das hipóteses, fazer um golzinho e tentar segurar o resultado a qualquer preço. Cabralzinho foi além. Infundiu no seu time uma mentalidade vencedora - e o Figueirense simplesmente marcou nada menos de sete gols, performance jamais obtida por Metropol, JEC e qualquer outro dos nossos grandes times...

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